ORGANIZAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA DO ABC PAULISTA (1964-1989)

Leonardo Silva Torrisi1 

RESUMO 

Com o golpe militar de 1964, trabalhadores e sindicatos tiveram suas liberdades cessadas e vivenciaram anos de intensa repressão e exploração. Partindo de tensões políticas, sociais e econômicas, os movimentos operários conseguiram se fortalecer diante da luta para a afirmação da democracia no Brasil. Com isso, o artigo visa compreender qual foi a importância da Organização Operária do ABC paulista para a redemocratização do Brasil. Para a realização do trabalho foi utilizado o procedimento metodológico da revisão bibliográfica com abordagem qualitativa em que autores como: Abreu (2011), Bettamio (2012), Brito (2018), entre outros, foram consultados, bem como, documentos legislativos. Com a pesquisa foi possível compreender que foi o conjunto de diversos fatores políticos e sociais que determinaram o rumo dos acontecimentos políticos para a redemocratização, somadas as forças incansáveis dos representantes da oposição ao regime militar, que eram compostas desde políticos do centro e de esquerda, até mesmo artistas, intelectuais, movimentos sindicais e sociais e a população civil. Nesse contexto, a organização da classe operária do ABC paulista foi importante por protagonizar a organização e fortalecimento dos trabalhadores, sindicatos e esquerda na luta pela queda dos militares e redemocratização do Brasil, tendo o seu ápice nas Diretas Já. 

 

Palavras-chave: Redemocratização. Trabalhadores. Diretas Já. 

 

ABSTRACT 

With the military coup of 1964, workers and unions had their freedoms terminated and experienced years of intense repression and exploitation. Starting from political, social and economic tensions, the labor movements managed to strengthen themselves in the face of the struggle for the affirmation of democracy in Brazil. Thus, the article aims to understand the importance of the Workers' Organization of the ABC Paulista for the redemocratization of Brazil. To carry out the work, the methodological procedure of literature review with a qualitative approach was used, in which authors such as: Abreu (2011), Bettamio (2012), Brito (2018), among others, were consulted, as well as legislative documents. With the research, it was possible to understand that it was the set of various political and social factors that determined the course of political events for redemocratization, together with the tireless forces of representatives of the opposition to the military regime, which ranged from politicians from the center and left, to even artists, intellectuals, trade union and social movements and the civil population. In this context, the organization of the working class of the ABC Paulista was important for playing a leading role in the organization and strengthening of workers, unions and the left in the struggle for the fall of the military and the redemocratization of Brazil, having its apex in Diretas . 

 

Keywords: Redemocratization. Workers. Direct now. 





1.INTRODUÇÃO 

O movimento de operários do ABC paulista, assim como outros movimentos sociais brasileiros, teve seu início no período que precedeu a ditadura militar, período em que os trabalhadores sindicalizados foram “esmagados” (CARVALHO, 2012). 

Desde o início da década de 1950, o movimento sindical, liderado por comunistas e trabalhistas se fortaleceu e se expandiu, garantindo maior participação dos operários na vida política nacional. Essa mobilização sindical, o crescimento das ideias da esquerda nos sindicatos, que se espalhou pela maioria dos sindicalistas e operários, associado ao crescimento dos ideais da direita política, bem como, do radicalismo militar e da sociedade civil, culminaram no golpe civil-militar de 1964. Desde a década de 1950, o movimento sindical, liderado por comunistas e trabalhistas se fortaleceu e se expandiu, garantindo maior participação dos operários na vida política nacional. 

Nesse contexto, a maior justificativa da cúpula dos militares para deflagrar o golpe de 1964 foi a necessidade de impedir os avanços dos sindicalistas, que liderados por trabalhistas, estavam se fortalecendo para participar de forma mais ativa na política. O golpe foi apoiado amplamente pelos setores conservadores da sociedade, que visando frear a ameaça comunista, manifestaram-se entre 19 de março e 8 de junho de 1964, na “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. 

As manifestações de civis, a insubordinação e motins em quarteis militares da marinha foram reações contra declarações, reformas de base e decretos que o presidente João Goulart estava realizando para alcançar o que ele compreendia como justiça social, pois no contexto da animosidade política desencadeada pela Guerra Fria, entre Estados Unidos e União Soviética, as ações do então presidente soavam como um passo para implementar uma ditadura socialista no Brasil (ANDION, 2020). 

Battamio (2012) explica que o golpe cívico-militar de 1964 atingiu duramente as crescentes e organizadas bases dos sindicalistas e trabalhistas, pois a prisão de líderes sindicais, a perseguição de militantes e a destruição dos trabalhos realizados, demandou muito tempo e esforços para que a estrutura fosse reconstruída. Durante esse período de reconstrução da estrutura, os sindicalistas atuaram silenciosamente contra a ditadura, até que possuíssem força novamente para combater a perseguição e repressão de forma frontal. 

Diante disso, com o presente trabalho pretende responder o seguinte questionamento: como se deu a participação da classe operária do ABC paulista na luta pela reabertura política do Brasil? O objetivo geral é compreender a participação dos operários do ABC paulista na luta contra a ditadura militar. Como objetivos específicos pretende-se compreender o contexto político do antecedente ao golpe militar de 1964; apresentar as características dos movimentos sociais e sua organização durante o período militar; e analisar a atuação dos operários do ABC paulista na luta pela democracia. 

Justifica-se a escolha do tema pela importância de refletir sobre as transformações políticas, em suas continuidades e rupturas, para afirmação da democracia e do Estado de Direitos e os atores envolvidos nessa luta. Pretende-se, assim, contribuir com a construção de conhecimento relevante ao objeto de estudo como aporte para os profissionais da História, Sociologia e Ciências Políticas.  

Para a realização do trabalho foi utilizado o procedimento metodológico da revisão bibliográfica com abordagem qualitativa em que autores como: Abreu (2011), Bettamio (2012), Brito (2018), entre outros, foram consultados, bem como, documentos legislativos. O primeiro capítulo aborda o contexto político do período que precedeu o golpe cívico-militar de 1964 e suas nuances internacionais. Em seguida, discorreu-se sobre a luta e a importância dos operários e demais atores como intelectuais, estudantes e trabalhadores de diversos setores durante o período militar. Por fim, foi abordado a importância dos operários do ABC paulista na luta democrática. 

 

2. O CLIMA POLÍTICO QUE ANTECEDEU O GOLPE MILITAR 

Com o fim da segunda guerra mundial em 1945, duas das nações mais proeminentes na vitória contra as forças do eixo, EUA (Estados Unidos da América) e URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviética) protagonizaram outro conflito geopolítico que dividiu o mundo em dois blocos, o bloco liderado pelos soviéticos, e o bloco protagonizado pelos EUA, criando um conflito político-ideológico e geopolítico, cada qual defendendo seus interesses e ideais em detrimento do outro (PICININ, 2017). 

O conflito nunca se evoluiu para um embate militar direto entre as nações, mas resultou em diversos conflitos armados ao redor do globo, além da disputa econômica, diplomática, tecnológica, entre outros. Sendo iniciado após um discurso do, então, presidente americano Harry Truman para o congresso americano, em 1947, o qual ele declarou que era necessário combater o avanço do comunismo soviético na Europa, e colocou os EUA como ator principal para levar tal objetivo a cabo. A partir desse discurso, nasceu a doutrina Truman, que consistia em um conjunto de medidas políticas e econômicas dos EUA para frear o avanço comunista na Europa e no mundo (BRITO, 2017) 

Após a criação da doutrina Truman, iniciou-se o Plano Marshall, um programa de ajuda, por assistência técnica e financeira em auxílio aos países europeus devastados pela guerra. Paralelamente, o Plano Marshall buscava aumentar a influência dos EUA na Europa, objetivando atrair mais aliados aos EUA, segregando a URSS. 

Diante disso, o bloco soviético impediu seus membros e aliados na Europa a aderirem ao plano americano, e criaram o COMECON -Conselho para Assistência Econômica Mútua, garantindo a seus aliados europeus assistência semelhante à oferecida pelos EUA. Dessa forma, uma medida americana que visava frear o comunismo na Europa, se tornou um conflito geopolítico entre as duas maiores potências globais, com duas ideologias conflitantes, segregando o mundo em capitalistas e comunistas (PICININ, 2017). 

Os principais acontecimentos globais da guerra fria foram a corrida armamentista, corrida espacial e a tentativa de ambas as potências em interferir na política de países estrangeiros, buscando cooptá-los para seu respectivo bloco. 

A corrida armamentista, foi a disputa entre ambas as potencias para se tornar a força hegemônica militar, fazendo com que ambos os países investissem de forma maciça em armamentos, tecnologia militar e desenvolvimento de armas de destruição em massa, como armas nucleares e termonucleares. Enquanto a corrida espacial foi a disputa entre as nações para o desenvolvimento tecnológico espacial, para a exploração espacial (BRITO, 2018). 

Por fim, a interferência em países estrangeiros foi o fato que trouxe maior repercussão no mundo, pois em diversos países as investidas americanas e soviéticas e suas consequências, alteraram a realidade de diversos países, como China, Cuba e Alemanha (Alemanha Oriental) que realizaram revoluções comunistas com apoio da URSS, além das guerras do Vietnã (1959-1975), guerra da Coréia (1950-1953), Guerra do Afeganistão (1979). Conflitos que dividiram países entre comunistas e capitalistas (PICININ, 2017). 

O Brasil, também, foi alvo de investidas de ambas as potências mundiais que protagonizaram a guerra. Do lado soviético, a intensão era financiar, apoiar militarmente e de demais maneiras necessárias a luta dos comunistas brasileiros, para que tomando o poder, pudessem tornar o Brasil um país alinhado aos ideais soviéticos. O apoio americano ao Brasil precedia o início da guerra fria, uma vez que durante a segunda guerra mundial Brasil e EUA fizeram acordos de cooperação interamericana (CATERINA, 2019) 

A eleição de João Goulart para a presidência da república (1961-1964) gerou um atrito na relação Brasil-EUA, pois o presidente, insatisfeito com os moldes da relação, apoiou e incentivou movimentos sindicais, estudantis, populares e camponeses para fortalecer sua visão de justiça social, em uma sinalização de aproximação com as ideias soviéticas, afastando-se da dependência dos EUA. O presidente Goulart defendia desde sua posse a implantação das chamadas “reformas de base”, que consistiam em uma série de reformas que contemplavam as áreas urbana, agrária, bancária, fiscal, administrativa e universitária, além da extensão do sufrágio aos analfabetos e patentes subalternas das forças armadas. Além disso, o Goulart defendeu a maior intervenção estatal na vida econômica e maior controle de investimentos e propriedades estrangeiras no Brasil (DOMINGOS, 2009)  

Dentre as citadas, a reforma agrária era vista com maior importância, pois colocaria fim nas disputas por terra e garantiria terras a milhões de trabalhadores rurais, no entanto era necessário que se alterasse o texto da Constituição Federal que previa que a desapropriação de terras mediante indenização justa, em espécie e prévia:  

 

[...] a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; (BRASIL, 1988. Art 5º, inciso XXIV.) 

 

A inclinação de Goulart de alterar o texto da Constituição Federal, gerou forte resistência dos setores mais conservadores do governo. Diante disso, Goulart criou como alternativa, o Conselho Nacional de Reforma Agrária, porém tal conselho apresentou pouco resultado prático, tirando a pauta da reforma agrária de foco em 1961, para retornar apenas em 1963 (ABREU, 2011). 

Mais tarde, Goulart apresentou duas propostas alternativas ao Congresso Nacional para solucionar o problema da reforma agrária no Brasil, a primeira consistia a desapropriação de terras em dívida pública, enquanto a segunda proposta oferecia pagar a indenização das desapropriações com interesses sociais através de títulos da dívida pública, e ambas foram rejeitadas pelo congresso, o que aumentou a insatisfação das esquerdas brasileiras (GRYNSZPAN, 2020). 

Nesse contexto, movimentos populares de trabalhadores urbanos e rurais defendiam, fortalecidos por Goulart, cobravam a aceleração da implantação das reformas de base, principalmente da reforma agrária, pois compreendiam que a reforma agrária iria acelerar a industrialização do Brasil, gerando crescimento econômico. 

Diante do contexto político, e da pressão que o governo sofria da esquerda e movimentos sociais para cumprir suas promessas e implementar as reformas de base, a negociação entre as alas conservadoras do congresso e o PSD (Partido Social-Democrata) para cumprir a agenda do governo e implantar as reformas, se encerram pois não se chegava a nenhum denominador comum, o que fez com que Goulart se isolasse e alterasse a estratégia para a implantação das reformas sociais (SCOCUGLIA, 2001). 

Goulart utilizou o apoio da esquerda brasileira para lançar uma nova ofensiva, realizar comícios e aparições públicas, buscando mobilizar a população para a causa das reformas de base. Os chamados “comícios das reformas” ou “comício da central” foi realizado no Rio de Janeiro, com a presença de Goulart e Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul. Mais de 150 mil pessoas compareceram ao evento, sendo que desses, 100 mil foram levados pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), organização intersindical que organizou o comício (LAMARÃO, 2020). 

Na data, Goulart assinou dois decretos, o primeiro afirmara a desapropriação das refinarias de petróleo que não eram controladas pela Petrobrás (empresa estatal do setor), enquanto o segundo, mais tarde conhecido como decreto da SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária) que determinava que propriedades subutilizadas, próximas a ferrovias e rodovias federais, ou terras que receberam investimento exclusivo da União em obras de açudagem, irrigação e drenagem estariam sujeitas a desapropriação para atendimento dos interesses sociais: 

 

Art. 1º Ficam declaradas de interêsse social par efeito de desapropriação, nos têrmos e para os fins previstos no art. 147 da Constituição Federal e na Lei nº 4.132, de 10 de setembro de 1962, as áreas rurais compreendidas em um raio de 10 (dez) quilômetros dos eixos das rodovias e ferrovias federais, e as terras beneficiadas ou recuperadas por investimentos exclusivos da União em obras de irrigação, drenagem e açudagem (BRASIL, 1964). 

 

Deixando a cargo da SUPRA, a responsabilidade de promover as desapropriações de terra de forma gradativa para atender a necessidade da reforma agrária: 

 

Art. 3ºA Superintendência de Política Agrária (SUPRA), fica autorizada a promover, gradativamente, para execução de seus planos e projetos, as desapropriações das áreas situadas nas faixas caracterizadas neste decreto, tendo por fim realizar a justa distribuição da propriedade, condicionando seu uso ao bem-estar social, e visando especialmente: A) o aproveitamento dos terrenos rurais improdutivos ou explorados antieconomicamente; B) a fixação de trabalhadores rurais nas áreas adequadas à exploração de atividades agropastoris; C) a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não seja obedecido plano de zoneamento agropecuário que vier a ser fixado pela SUPRA; D) o estabelecimento e a manutenção de colônias, núcleos ou cooperativas agropecuárias e de povoamento; E) a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais (BRASIL, 1964 art. 3º). 

 

Durante o comício, Goulart alertou para a necessidade da reforma urbana, criando o medo na classe média e classes altas em perder seus imóveis alugados, além da extensão do sufrágio para analfabetos e patentes inferiores das forças armadas. 

No entanto, de acordo com Abreu (2011), para a implementação desses decretos, era necessário o apoio de 3/5 do congresso nacional, algo que não ocorreu, do contrário, até partidos de centro retiraram o apoio ao presidente, pavimentando o caminho para a efetivação do golpe cívico-militar, que ocorreu meses depois. 

Depois de 5 dias do comício da central, surgiu o movimento de “marchas”, uma série de manifestações contra as pautas do governo, organizado principalmente pelo clero e entidades femininas. As principais pautas das manifestações, que levaram mais de 300 mil pessoas apenas em São Paulo, eram a deposição de Goulart e o combate à “ameaça comunista”. Durante o protesto, foi distribuído pela organização do evento, o manifesto ao povo do Brasil, convocando a população a lutar contra o governo Goulart (CORDEIRO, 2021). 

A ânsia popular pela queda de Goulart e a tentativa de manter o presidente no cargo por parte de movimentos sociais, estudantis e sindicais, gerou agitações sociais que trouxeram um clima de instabilidade política ao país, desagradando a classe empresarial e dominante (SCOUCUGLIA, 2001). 

Em 31 de março, sob o comando dos generais Carlos Luís Guedes e Olímpio Mourão Filho, iniciam o golpe de estado, fazendo com que Goulart abandonasse a presidência, exilando-se no Uruguai, dois dias depois. 

 

2.1. A classe operária e demais movimentos sociais na luta democrática 

 

Em 30 de março de 1964 o CGT (Central Geral dos Trabalhadores) previu o golpe de estado que estaria prestes a ocorrer e convocou uma greve geral a nível nacional para impedir a instauração do golpe, no entanto, o golpe ocorrido em 1º de abril interferiu no planejamento da greve, que não ocorreu. O CGT foi fechado, tendo suas lideranças presas e torturadas em interrogatórios. A organização sindical brasileira sofreu um duro golpe a tomada de poder pelos militares, pois 452 sindicatos ficaram sob o poder do governo e a imprensa livre aliada ao sindicato foi proibida (PINHEIRO, FABRIZ, 2017) 

Esse desmantelamento das organizações sindicais brasileira, aliado a perseguição e repressão política contra os trabalhadores nos anos seguintes, demandaram das lideranças sindicais, comunistas e trabalhistas, que se escondessem e se fortalecerem de forma velada, até que fosse possível a obtenção de alguma organização para apresentar reação ao regime militar. 

Essa reação ocorreu apenas em 1968, quatro anos após o golpe, aproximadamente 15 mil operários do município de Contagem/MG, declararam greve, reivindicando melhorias salariais, o que resultou em um aumento salarial de 10% (PINHEIRO; FABRIZ, 2017). 

Após essa pequena vitória sindical, os trabalhadores de diversos estados opunham-se ao regime militar, e aos sindicalistas “pelegos”, ou seja, sindicalistas eleitos pelo regime, para sufocar os comunistas e trabalhistas nos sindicatos, e não representavam os trabalhadores, nem lutavam por seus direitos. Como consequência da insatisfação por parte dos trabalhadores, o palanque onde discursaria Abreu Sodré, governador do estado de São Paulo, foi apedrejado por sindicalistas contrários ao governo (MOURA, 2015). 

O próximo ato dos sindicalistas contra o regime foi realizado também em 1968, com uma greve de metalúrgicos no município de Osasco/SP, que teve alta adesão dos trabalhadores, no entanto foi duramente reprimida pelo regime, que negando-se a negociar com os grevistas, invadiram as fabricas, prenderam os operários grevistas, além de decretar intervenção estatal no sindicato de Osasco, limitando ainda mais a reação dos trabalhadores, que puderam lutar contra o regime militar de maneira irrelevante até 1977, onde puderam organizar-se com força novamente (PAULETTO, 2013). 

Enquanto o governo militar cerceava os trabalhadores, outros setores da sociedade, como artistas, professores, políticos, estudantes, intelectuais e membros do clero, expuseram sua insatisfação contra o golpe militar, através de uma manifestação que ficou conhecida como a “passeata dos cem mil” (SOUZA, 2018). 

A marcha reuniu cerca de 100 pessoas que pediam o fim da ditadura e gritavam palavras de ordem, como “poder ao povo”, “abaixo a repressão”. Pequenos comícios e discursos eram realizados por lideranças estudantis ao longo do percurso da marcha, que se seguiu por três horas, e foi encerrada sem conflitos com a polícia, que acompanhou a marcha durante todo o seu percurso (MOLINA, 2015). 

Após a marcha, o presidente militar Arthur da Costa e Silva se reuniu com as lideranças que organizaram a marcha, para discutir a apaziguação. Pelos ativistas, foi reivindicado o retorno das liberdades, soltura dos presos políticos e o fim da censura, que não foram atendidas pelo presidente (SOUZA, 2018). 

Como consequência da negativa de Costa e Silva, outra marcha foi convocada, reunindo cerca de 50 mil pessoas no Rio de Janeiro, além de diversas manifestações em outros estados, que eram duramente reprimidas pela polícia. 

A manifestações estudantis foram realizadas apesar da repressão militar até 1968, data de promulgação do Ato Institucional número cinco (AI-5), que aprofundou a repressão militar, e marcou o início do que ficou posteriormente conhecido como “anos de chumbo”: 

 

[...] O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências (BRASIL, 1968). 

 

Após a promulgação do AI-5, 181 parlamentarem tiveram seus mandatos cassados como consequência do fechamento do congresso nacional, a produção artística nacional e seus artistas também foram afetados pelo AI-5, pois os veículos de imprensa e produções artísticas eram submetidos ao crivo militar, que determinava o que poderia ser exibido, e o que era proibido, e os artistas que insistiam em produzir material proibido eram perseguidos e presos (MOLINA. 2015). 

Batammio (2012) explica que no ano de 1969, como consequência do AI-5, criou-se o DOI (Destacamento de Operações e Informações) e o CODI (Centro de Operações de Defesa Interna), e como forma de aprofundar a perseguição de artistas, sindicalistas, estudantes e opositores do regime e institucionalizar a tortura dos opositores políticos. Nesse momento, cresce a insatisfação da população com o regime militar, à medida que cresce a repressão da ditadura. 

 

3 A LUTA DOS OPERÁRIOS DO ABC PAULISTA PELA DEMOCRACIA 

 

A grande contribuição dos operários do ABC paulista para a democracia brasileira foram as greves de operários, que ocorreram entre e1978-1980. As greves marcaram o ressurgimento dos trabalhistas e comunistas entre os sindicatos comandados por “pelegos” após o endurecimento da repressão militar promovida a partir de 1968 (CARVALHO, 2012). 

O movimento grevista iniciado por múltiplas paralisações simultâneas, em especial a dos metalúrgicos contrários ao arrocho salarial, liberdade sindical e melhores condições de trabalho, ficou conhecido como novo sindicalismo, que mais tarde resultou na fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), além de fornecer as bases para a fundação do PT (Partido dos Trabalhadores), em 1980 (MOURA, 2010). 

No ápice das ideias do novo sindicalismo, trabalhadores da fábrica de caminhões Saab-Scania em São Bernardo do Campo, paralisaram as atividades em reivindicação de 20% de aumento salarial, além de melhores condições de trabalho. A paralisação foi liderada por Gilson Menezes e Luís Inácio Lula da Silva, e contou com a participação de 2 mil trabalhadores, e se encerrou apenas com a negociação do aumento de 20% nos salários em três aumentos consecutivos de 6,6% (MOURA, 2010). 

Gilson Menezes não era partidário de nenhuma ideologia política nem militante de nenhuma corrente, no entanto, era conhecido pelos operários pelo seu ativismo em prol de seus direitos e direitos de seus companheiros. A política neoliberal do governo e o arrocho salarial unificou os trabalhadores no protesto operário, independente de filiação política ou partidária, e esse foi o motivo maior do sucesso das greves do ABC (MOURA, 2015). 

A greve de 1978 não foi organizada pelo sindicato dos metalúrgicos, mas este teve importante participação no contexto da greve, pois Luís Inácio Lula da Silva e outras lideranças sindicais haviam formado uma chapa para concorrer à presidência do sindicato em 1977, e ganhando a eleição, a chapa de Lula e Gilson Menezes os elegeu como diretores suplentes, pois continuavam a trabalhar no chão de fábrica, e não eram liberados do trabalho para exercerem suas funções eletivas no sindicato. e a movimentação dessas lideranças sindicais e seus discursos, aglutinou os trabalhadores insatisfeitos ao seu redor: 

 

O sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema tem papel importante nas trajetórias grevistas dos trabalhadores. Embora o sindicato não tenha iniciado a greve de 1978 (a primeira depois de muitos anos de repressão do governo militar), foi por meio de seu discurso e sua proposta de atuação junto à base que muitos trabalhadores puderam entrar em contato com as questões que viriam a determinar o início do ciclo grevista (POGIBIN, 2009, p. 221). 

 

Com o fim do crescimento econômico visto durante o governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), conhecido como milagre econômico brasileiro, e a política de arrocho salarial praticada pelas empresas, de não equiparar o ajuste salarial ao crescimento da inflação, reduzindo o poder de compra dos trabalhadores, o movimento grevista se espalhou por outras empresas como Volkswagen, Ford e Mercedes-Benz que possuíam fabricas no ABC (ANDION, 2020). 

Entre 1978 e 1980, ocorreram diversas paralizações de metalúrgicos e outras categorias profissionais como bancários, professores e petroleiros ao redor do Brasil, como consequência das greves do ABC, indicando a consolidação e ascensão do movimento trabalhista nesse período. 

Nesse contexto, os trabalhadores ficaram cada vez mais desamparados, frente ao enfraquecimento das entidades representativas, a legislação trabalhista e governo militar que adota uma política neoliberal e de redução de gastos, assim como pelos sindicatos comandados por “pelegos” que possuíam uma postura conciliadora com os patrões, ao invés de reivindicar melhorias para a classe trabalhadora (MOURA, 2010). 

Dessa forma, o movimento grevista se expandiu, culminando na greve de 1980 que aglutinou mais de 300 mil trabalhadores e perdurou por 41 dias, em São Bernardo do Campo. Na ocasião, a população local se solidarizou com os grevistas, arrecadando recursos financeiros para o fundo da greve e alimentos, que servia para a compra de mantimentos para os grevistas, situados no interior das fábricas (POGIBIN, 2009). 

O Brasil não testemunhava greves dessa dimensão desde o desmantelamento da estrutura sindical em 1968, e nem eram organizados movimentos trabalhistas similares pelas direções sindicais “pelegas”, que buscavam conciliação e negociação com o governo e com os patrões para suprimir o ímpeto grevista e as reivindicações dos trabalhadores. Nesse contexto, as lideranças sindicais que haviam sido eleitas pelo governo militar são superadas pelas novas lideranças, a se destacar Luís Inácio Lula da Silva, à época, presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo (MOURA, 2010). 

Mesmo com o crescente enfraquecimento do governo militar, a repressão a essa manifestação foi violenta, com diversas mortes de grevistas, intervenção estatal nos sindicatos mais ativos, vistos pelo regime militar como “agitadores”, como o sindicato dos bancários de Minas Gerais e Porto Alegre, e o sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (ANDION, 2020). 

Como consequência do movimento grevista, o governo militar enfraqueceu-se ainda mais, além de criar-se um polo unificador das forças da esquerda, que foram fragmentadas e enfraquecidas durante o início do governo militar, em torno do PT e da CUT, que se tornaram elementos extremamente importantes nos trinta anos seguintes. 

 

3.1 A campanha Diretas Já 

Gigantescas manifestações tomaram conta do Brasil, entre os dias 10 e 16 de abril de 1984, eram as Diretas-Já. Desde 1983 havia articulações para que ocorresse a campanha das Diretas-Já, porém não foram bem-sucedidas, principalmente por divisões no partido de oposição e as ainda precárias articulações entre os partidos políticos e os movimentos sociais (BERTONCELO, 2009). 

Os elementos que contribuíram para a formação do movimento pelas Diretas foram: a desistência do então Presidente Figueiredo de formalizar um processo sucessório para o seu governo o que refletiu nas divisões internas do PSD que se opunha ao movimento, somada as investidas bem-sucedidas dos Partido dos Trabalhadores na comoção social pela causa das diretas.  

Quando o PT lançou sua campanha pelas Diretas, o PMBD se uniu a causa tendo seu Presidente, Ulysses Guimarães, sendo conhecido como “Sr. Diretas”. As primeiras manifestações ocorrem em comícios feitos em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984 na praça da Sé, ocasião que reuniu 300 mil pessoas, depois no Anhangabaú e na Candelária, Rio de Janeiro, que contou com o apoio de Leonel Brizola (BERTONCELLO, 2009), após essas primeiras manifestações todo o Brasil parou diante da causa das Diretas-já, e as manifestação somavam até 1 milhão de pessoas. 

Para o presidente do PT, Luís Inácio Lula da Silva, as Diretas Já representavam uma nova concepção de fazer política que ia desde a suspensão do pagamento da dívida externa, a extinção da miséria nas partes pobres do Norte e Nordeste, o início de uma reforma agrária, a conexão com países socialistas e outras medidas que se opunham as então praticadas pelo governo dos militares: 

 

Nós precisamos das eleições diretas para que o Brasil tenha uma posição signa na América Latina e se contraponha ao imperialismo americano...queremos as eleições diretas para garantir a cada cidadão brasileiro, a cada cidadão de São Paulo, o direito de andar de cabeça erguida. O presidente da República não tem direito de enfiar na nossa garganta o Colégio Eleitoral ilegítimo e indigno. Nós temos que ficar atentos, o governo está mandando essa emenda porque acha que pode negociar com as oposições. E as oposições não têm o direito de trair o povo! (MARKUN, 2014, p. 45) 

 

A citação acima é retirada do livro de Paulo Sérgio Markun e diz respeito a um discurso dado por Lula em um dos Comícios pelas Diretas-Já. O discurso mostra o caráter revolucionário não só dos meios democráticos como também na ambição de estabelecer outra identidade para o país naquele momento.  

Ulisses Guimarães do PMBD também fazia inúmeros discursos esses defendendo que as Diretas-Já fossem aprovadas para as eleições de 1985 e não prorrogadas para 1988, como o “lenta, gradual e seguro” processo de abertura política dos militares planejava.  

Outra figura que chamava a atenção nos discursos das Diretas era Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Sócrates era capitão de futebol na seleção brasileira e ídolo no Corinthians, além de artistas como Chico Buarque de Holanda.  

Ritmados pelos gritos da multidão, todos os atores que compunham o quadro das manifestações das diretas viam ali que o rumo político do país não seria mais o mesmo, e quando Chico Buarque perguntava “Diretas quando, minha gente? Um uníssono grito de uma multidão determinada respondia: “Já!” (MARKUN, 2014). 

O regime militar construiu todos os elementos que passavam a impressão de legitimidade de seu governo, inclusive as mortes e desaparições sem explicações até os dias atuais, a ditadura no Brasil acorreu de forma disforme à costumeira autoridade de um só Presidente (o ditador). 

O poder passou na mão de presidentes que sucederam o governo no país e agiam com uma Constituição e aprovações do Congresso, porém todos os atos que os presidentes cometeram eram revoltantes e a população, assim como os movimentos sociais e a oposição política estavam preparados para a hora de poder finalmente voltar a viver a democracia e afastar os terrores da ditadura do Brasil. Era o fim real da ditadura militar e o início da democratização política no Brasil, que revelava a participação sindical e uma imprensa viva, atuante.  

 

 

CONCLUSÃO 

 

O golpe militar que foi desferido contra a vida política do Brasil, causou uma revolta sufocada em diversos setores políticos e sociais. Pelas ações da linha-dura, as mortes e torturas nos porões do DOI-CODI, as repressões de todo o tipo e a censura na imprensa fizeram com que vários setores da sociedade se articulassem para retirar os militares do poder.  

Os partidos reuniram-se a movimentos sociais e juntos formaram o movimento das Diretas-Já que configurou as eleições presidências de 1985. Com essa pesquisa conclui-se que o processo da redemocratização do Brasil foi lento e complexo, visto que não houve ruptura brusca com o governo militar para que fosse implantado o regime democrático e sim foi feito com a colaboração deles. 

Outros fatores de não menos importância, como a crise na economia brasileira advindas com o “Milagre” e, também as mortes sem explicação e desaparecimentos na ditadura fizeram com que todos os setores da sociedade política e civil lutassem pelo direito não só ao processo democrático, mas também pela garantia dos Direitos Humanos.  

Com a pesquisa foi possível compreender que o movimento operário do ABC paulista foi responsável pela organização e fortalecimento das forças sociais no Brasil, por meio de órgãos como a CUT e o PT. Dessa forma, tornaram-se elementos essenciais para o fortalecimento dos trabalhadores, sindicatos e polos da esquerda política, enfraquecidos pela ditadura, na luta para a redemocratização política do Brasil. 

 

 

 

 

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